quarta-feira, 18 de agosto de 2010

SORÔCO, SUA MÃE, SUA FILHA - peça transcriada do conto de Guimarães Rosa


Aquele carro parara na linha de resguardo, desde a véspera, tinha vindo com o expresso do Rio, e estava lá, no desvio de dentro, na esplanada da estação. Não era um vagão comum de passageiros, de primeira, só que mais vistoso, todo novo. A gente reparando, notava as diferenças. Assim repartido em dois, num dos cômodos as janelas sendo de grades, feito as de cadeia, para os presos. A gente sabia que, com pouco, ele ia rodar de volta, atrelado ao expresso daí de baixo, fazendo parte da composição. Ia servir para levar duas mulheres, para longe, para sempre. Para onde ia, no levar as mulheres, era para um lugar chamado Barbacena, longe. Para o pobre os lugares são mais longe. O trem do sertão passava às 12h45m. 

 
CONFIRA UM TRECHO DESSE ESPETÁCULO:
http://www.youtube.com/watch?v=GKR6PnkSevg

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